(Atualizada 2) Serpa: Encerramento do Serviço de Urgência do hospital revertido em 24 horas.


A decisão de não encerrar o Serviço de Urgência do Hospital de Serpa foi da ARSAlentejo, mas a mesma foi uma “ordem superior”. O Ministério da Saúde, sabe o Lidador Notícias, “deu ordens” para “ninguém falar”.

ATUALIZAÇÃO 2 Em resposta ao questionado, o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo informa que: Neste momento não existem alterações ao horário de funcionamento do Serviço de Urgência do Hospital de São Paulo – Serpa, estando o seu funcionamento assegurado nas 24h/dia;

Existe um pedido de denúncia do Acordo de Cooperação, por parte da Santa Casa da Misericórdia de Serpa, estando, por isso, a decorrer o processo negocial.

O pedido de denúncia do acordo pela SCM de Serpa foi feito para o Ministério da Saúde e o processo negocial ou de decisão está do lado do Ministério.

“Ordem superior (Ministério da Saúde) levou a Administração Regional de Saúde do Alentejo (ARSAlentejo) a assumir a responsabilidade do Serviço de Urgência do Hospital de São Paulo continuar em funcionamento 24 horas”, assegurou ao Lidador Notícias (LN), uma fonte próxima da Santa Casa da Misericórdia de Serpa (SCMS), que gere aquela unidade de saúde.

A mesma fonte garantiu que depois da decisão ter sido transmitida à Provedoria da SCMS, “houve necessidade de refazer escalas de serviços e avisar os trabalhadores que o serviço continuava a funcionar”.

Na tarde de sábado e depois de receber um comunicado da Santa Casa, o Comando Distrital de Operações de Socorro /CDOS) emitiu uma informação onde fazia saber que “a partir das 00.00 horas do dia 16 de outubro, o Serviço de Urgência de São Paulo, em Serpa, passa a funcionar no seguinte horário: 08,00 horas às 24,00 horas”.

Em causa está a denúncia do contrato de gestão da unidade hospitalar que integra a rede do Serviço Nacional de Saúde, que até ao final do corrente ano deverá regressar à Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA).

Em comunicado à população do concelho de Serpa, publicado na página de facebook da SCMS, é referido que “a manutenção deste serviço 24 horas, acarreta custos insuportáveis”, acrescentando a instituição que “apenas recebe verbas do Estado correspondentes aos atos clínicos praticados”, rematando que o restante é feito por conta própria, “com prejuízos elevados”, justificam.

No documento, a Provedoria da Santa Casa, sustenta que “perante esta situação, que pode vir a colocar em causa a sustentabilidade da própria Misericórdia”, a Mesa Administrativa “decidiu denunciar o Acordo de Cooperação”, tendo no início de junho de 2017, enviado uma carta ao Ministério da Saúde (MS), onde justifica o ato “por incumprimento por parte dos parceiros”, ULSBA, ARSAlentejo e Ministério.

Cerca das 17,00 horas de domingo, o CDOS enviava nova informação onde dava conta que a anterior comunicação “a mesma fica sem efeito, continuando o Serviço de Urgência a funcionar 24 horas por dia”.

O LN sabe que só uma hora depois se realizou uma reunião onde estiveram entre outros a ARSAlentejo, ULSBA e SCMS, onde foi “comunicada a decisão e dadas instruções para ninguém falar” assegurou fonte próxima do processo.

Qualquer reacção sobre o assunto só deverá surgir durante o dia de hoje, depois da situação estar “normalidade”. Já ontem procurámos um comentário da Administração da ULSBA, mas, “o silêncio é ponto de honra” (atualização no topo da notícia).

A população de Serpa, juntou-se às 23,30 horas à porta do Serviço de Urgência para “travar o encerramento”, mas sete horas antes, já a decisão estava tomada.

No comunicado dirigido à população, a Mesa Administrativa da Santa Casa, deixou duras críticas aos parceiros, Câmara de Serpa, Juntas de Freguesia, forças políticas com representação no concelho, que acusou de “pouco ou nada fizeram para apoiar e ou inverter a situação”.

Teixeira Correia

(jornalista)


Share This Post On
468x60.jpg