Laborinho Lúcio: Comunicação da justiça “é preocupante”.


Laborinho Lúcio, ex-ministro da Justiça, defendeu este sábado que é necessária a criação de gabinetes de comunicação nos tribunais, por classificar de “preocupante” a comunicação da Justiça.

Sec. Estado Justiça_800x800As declarações foram feitas aos jornalistas, trazidas ao conhecimento público pelo Jornal de Notícias (JN) depois de ter participado, em Viseu, no Solar do Vinho do Dão, onde decorreu este fim de semana o Festival de Literatura “Tinto no Branco”.

Laborinho Lúcio explicou que, ao longo dos tempos, a Justiça nunca se preocupou com a comunicação por existir o entendimento de que se tratava de uma instituição fechada. “Isso faz com que hoje haja alguma disfunção na compreensão por parte do público sobre o que é a atuação da justiça”, argumentou o juiz conselheiro jubilado do Supremo Tribunal de Justiça.

“Julgo que esta é uma área altamente deficitária e na qual é necessário investir”, afirmou, defendendo a criação de gabinetes de comunicação nos tribunais.

“Com o novo mapa judiciário e a instalação de novas grandes comarcas, é possível começar a criar a sério gabinetes de comunicação que permitam fazer um diagnóstico da situação, perceber onde estão as falhas mais significativas na área a comunicação, encontrar instrumentos para preencher esses espaços deficitários e incorporar esta questão da comunicação como absolutamente fundamental”, defendeu.

No seu entender, “o cidadão tem o direito de compreender todas as decisões dos tribunais para que a Justiça também possa exigir aos cidadãos o respeito que é devido à instituição”, argumentou.

Laborinho Lúcio, que em setembro passado lançou o segundo romance, intitulado “O homem que escrevia azulejos”, defendeu no painel em que participou que a literatura “tem uma importância decisiva” na Justiça.

“Um juiz tem de ser culto, não para ser erudito, mas para ter a capacidade de perceber, de ter abertura para ter dúvidas e não certezas”, afirmou.


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