Beja: Câmara pagava gratificados no Parque Fluvial. GNR responde não. “Falta de efetivos”.


A autarquia de Beja pretendia que o Parque Fluvial de Cinco Réis tivesse vigilância por parte da GNR. Edilidade pagava gratificados dos militares. Comando da GNR respondeu com “falta de efetivos”.

A Câmara Municipal de Beja solicitou ao Comando Territorial (CTBeja) da GNR os serviços de militares da corporação, mediante o pagamento de gratificados, para garantirem a vigilância e segurança do Parque Fluvial de Cinco Réis, que fica a cerca de 5 quilómetros de Beja. A uma semana da abertura do espaço, que ocorreu no dia 24 de julho, o CTBeja fez saber que “não asseguraria o serviço por falta de operacionais”.

Cerca de um mês antes da abertura do Parque Fluvial, a edilidade contatou o Comando da Guarda para saber da possibilidade de ter patrulhas da GNR a garantir a segurança dos visitantes, em determinados horários do dia pretendidos pelo Município.

O presidente da Câmara de Beja revelou ao Lidador Notícias (LN) que o comandante da GNR fez saber que “não tem operacionais em número suficiente que permitam a execução do serviço”, acrescentando que “nunca houve divergência sobre verbas. A Câmara pagaria o serviço nos termos dos valores tabelados segundo a tabela remetida pela própria GNR”, justificou.

Paulo Arsénio concretizou que “as patrulhas seriam sempre de três elementos, num horário de 6 horas”, percebendo os fluxos de visitantes, a edilidade tinha delineadas “duas horas de manhã e quatro horas na parte da tarde”, rematou.

O autarca deu conta de “um enorme problema, de alguma forma esperado” e que a edilidade queria evitar e que tem a ver com o facto de “um dos parques de estacionamento com 150 lugares estar praticamente vago e os visitantes estacionam as viaturas à sombra dentro de um olival”, uma propriedade agrícola anexa ao Parque Fluvial.

Inquirido o Comando Geral da GNR sobre o caso, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas (DCRP), confirmou o pedido da autarquia de Beja, para um serviço em regime remunerado, entre 17 de julho e 30 de setembro.

O Tenente-coronel Hélder Barros, chefe e porta-voz da DCRP, esclareceu que “a prestação de um serviço remunerado, que não decorra de imposição legal, não é obrigatória, estando dependente de decisão da Guarda”, acrescentando que na situação em causa “independentemente da disponibilidade de efetivo, não encontra a GNR justificação para uma afetação exclusiva de meios”, justificando cm a existência de outros espaços na região

O oficial justificou que a segurança no espaço “será feita através de patrulhamento geral e frequência adequada a cada momento”, rematando que a autarquia “contratou, entretanto, serviço de segurança privada para o local”, não justificando a “falta de operacionais”, evocada à autarquia pelo comando territorial, coronel Ilídio Canas.

Apesar das várias questões colocadas, o Comando Territorial de Beja não prestou qualquer esclarecimento sobre a aludida falta de efetivos e se em algum momento tinha sido solicitado o reforço de operacionais para a referida unidade.

Primeiro incidente

Vinte e quatro horas depois da inauguração registou-se o primeiro incidente entre banhistas. No sábado, cerca das 16,00 horas, um individuo de 17 anos foi transportado para o Hospital de Beja por uma ambulância do INEM, depois de ter sido atingido por um objeto que lhe provocou uma lesão craniana.

De acordo com o Oficial de Relações Públicas do CTBeja da GNR, “os militares deslocaram-se ao hospital, onde tomaram conta da ocorrência”.

Teixeira Correia

(jornalista)


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